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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Baba Nam Kevalam

http://vimeo.com/6157840 Ouçam a musica deste vídeo...


Recentemente conheci a Meditação.

Veio até mim através da minha vontade em ser voluntária da AMURT, organização internacional de apoio aos mais desfavorecidos. A AMURT está ligada a um "conceito" chamado Ananda Marga que preza a Meditação como um ponto fulcral para o equilibrio de cada um na terra. Para que possamos dar mais aos outros, precisamos de estar em equilibrio conosco.


Esta música que agora ouvem é a música que os Ananda Marguiis (pessoas que seguem a meditação da Ananda Marga) cantam durante 20 a 30 minutos antes de iniciar a meditação. A música ajuda a mente a concentrar-se, a deixar para fora os maus pensamentos e a encontrar um ponto de equilibrio.

Tem sido importante estes passos de bébé que tenho dado em direcção ao meu encontro. Ao encontro da pessoa interior que existe em mim, em direcção à minha alma.

Hà um ano atrás iniciei o meu percurso para a minha alma quando entrei naquele avião rumo à india... O meu blog chama-se "Martha in India - A journey towards my soul...". Na Índia dei os primeiros passos na descoberta do que quero ser e fazer na vida, mas depressa percebi que foram apenas os primeiros passos.

Este ano a minha vida pareceu quase como que um viagem de montanha russa estragada (não sei se conseguem visualizar o que isso é). Perdi-me um pouco do meu caminho mas foi preciso ir até aos sítios mais tristes em mim para crescer, compreender algumas coisas e principalmente perceber a importância que a minha alma tem na minha vida. A minha alma passou a ser o que mais importa e encontrá-la, percebê-la, conhecê-la na integra passou a ser o caminho certo para o meu bem estar.

Num momento em que tudo desmoronou apareceu a Meditação, o Prama (sítio onde pratico), as pessoas que lá conheci, Dadas e Didis (monjes e monjas) e também os meus novos amigos e companheiros de meditação, Nishita, Sílvia... e tantos outros que se juntam a nós.

Tem sido 1 passo importante para mim... Saber parar, sentir... acalmar... Os meus nervos andavam à flor da pele. Acalmar... :) Acalmar a alma... :) Respirar... Suspiro...


Sinto-me agora com uma grande perda cá dentro é verdade... mas sei que esse sentimento está lentamente a desaparecer... E que a meditação me tem ajudado a encontrar um ponto de equilibrio em mim, sentir paz e amor em todo o meu torno, sentir que tudo tem a sua razão de ser, e que o destino sabe para onde me está a levar.


É tudo uma questão de entrega. Entreguem-se a vós...

Baba Nam Kevalam.



Letting go

"- Acreditava mesmo que o David era a minha alma gémea.

O meu amigo do ashram, Richard, respondeu:

- Provavelmente era. O teu problema é que não compreendeso que significam essas palavras. As pessoas pensam que uma alma gémea é o par perfeito e é isso que toda a gente quer. Mas uma verdadeira alma gémea é um espelho, uma pessoa que te mostra tudo aquilo que te retém, a pessoa que faz com que te centres em ti mesma para que possas mudar a tua vida. Uma verdadeira alma gémea é provavelmente a pessoa mais importante que alguma vez conhecerás porque deita abaixo as tuas defesas e desperta a tua consciência. Mas viver com uma alma gémea para sempre? Não. É demasiado doloroso. As almas gémeas entram na nossa vida para nos revelerem uma outra camada de nós mesmos e depois vão-se embora. E graças a Deus que assim é. O teu problema é que não consegues esquecer esta. Acabou. O objectivo do David era dar-te um abanão, levar-te a abandonar um casamento que tinhas de pôr fim, destroçar um pouco o teu ego, mostrar-te os teus obstáculos e vicios, abrir-te o coração para que pudesse entrar uma nova luz, deixar-te tão desesperada e descontrolada que tinhas de transformar a tua vida, depois apresentar-te à tua mestra espiritual e pôr-se a andar. Era esta a sua missãoe saiu-se lindamente, mas agora acabou. O problema é que não consegues aceitar que essa relação tenha tido uma vida tão curta. És como um cão no meio do lixo, querida - estás a lamber uma lata vazia, a tentar tirar mais comida lá de dentro. E se não tiveres cuidado, podes ficar com ela entalada no focinho e dares cabo da tua vida. Por isso, larga-a"

- Mas eu amo-o.

- Então ama-o.

- Mas sinto a falta dele.

- Então sente. Transmite-lhe o teu amor e luz cada vez que pensas nele e depois esquece-o. Só receias deixá-lo ir totalmente porque nessa altura ficarás mesmo sozinha, e tens um medo de morte do que irá acontecer se ficares sozinha. Mas o que tens de perceber é que se limpares todo o espaço da tua mente que estás a usar neste momento com essa obsessão, ficarás com um espaço vazio, um ponto aberto - uma passagem. E advinha só o que o universo irá fazer com essa passagem. Vai entrar por aí dentro, Deus irá entrar por aí dentro, e encher-te com mais amor do que alguma vez sonhaste. Portanto, pára de usar o David para tapar essa passagem. Deixa-o ir embora."

Elizabeth Gilbert in "Comer, Orar, Amar"



(Música para este post: http://www.youtube.com/watch?v=l3b2k08f3b8 )

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Encontrei-me em forma de legume!

Se fosse um legume seria uma Beringela!
A beringela é encontrada em quase todo mundo. Além de ser versátil na cozinha, é saudável, nutritiva e saborosa.
That's me! :D

terça-feira, 22 de junho de 2010

"(...) tivera muito tempo para formular as minhas opiniões sobre a divindade desde aquela noite no chão da casa de banho quando falei directamente com Deus pela primeira vez. Contudo eu nao estava interessada em desenvolver os meus pontos de vista sobre teologia. Estava apenas interessada em salvar a minha vida. Tinha finalmente percebido que chegara a um estado de desespero capaz de ameaçar a minha integridade física, e ocorreu-me que às vezes as pessoas nesses estado pediam ajuda a Deus. Creio que tinha lido isso algures num livro.
Falei com o criador do Universo como se tivessemos acabado de ser apresentados numa festa.
"Desculpa incomodar-te a esta hora da noite. Mas estou em grandes apuros. Desculpa nunca antes ter falado directamente contigo, mas espero nunca ter deixado de expressar a minha gratidão por todas as bençãos que me concedeste. (...) Preciso de uma resposta, porfavor, diz-me o que fazer. Porfavor, diz-me o que fazer...."
Repeti esta frase vezes sem conta, não sei quantas vezes implorei, só sei que fiz como alguém que implora pela própria vida. E o choro continuou indefinidamente. Até que parou de forma um pouco abrupta. E notei que já não estava a chorar. Levantei a testa do chão e sentei-me surpreendida, perguntando-me se veria agora o Grande Ser responsável por aquele feito. Mas não havia ali ninguém na casa da banho. Estava sozinha, mas não verdadeiramente sozinha. Estava rodeada por algo que só consigo descrever como uma pequena bolsa de silêncio - um silêncio tão raro qe eu nem queria respirar, com medo de o afastar. Sentia-me absolutamente tranquila. Não conseguia recordar-me de alguma vez ter sentido tamanha tranquilidade.
Depois ouvi uma voz, (...), a voz disse "Volta para a cama, Liz".
Respirei.
Tornou-se imediatamente óbvio que era a única coisa a fazer. A verdadeira sabedoria dá a única resposta possível em cada momento, e voltar para a cama era a única resposta possível naquela noite. Volta para a cama, porque não precisas de saber a derradeira resposta neste momento, às três da manhã de uma quinta-feira de Novembro. Volta para a cama, porque a única coisa que precisas de fazer para já é descansar e tomar bem conta de ti até saberes a resposta. Volta para a cama para, quando a tempestade voltar, estares suficientemente forte para lidares com ela. Volta para a cama, Liz.
Se tivesse tido forma de saber que as coisas iam ficar muito piores antes disso acontecer, não sei se teria conseguido dormir muito naquela noite. Mas sete penosos meses depois deixei mesmo o meu marido.
Passaram-se meses. A minha vida parecia suspensa no limbo enquanto aguardava pela libertação e pelas condições da mesma. Viviamos separados (ele tinha-se mudado pra o nosso apartamento em Manhattan), mas não estava nada resolvido. (...)
Depois, surgiu o David.
Todas as complicações e traumas daquele terrível divórcio foram multiplicados pelo drama do David, o homem por quem me apaixonei quando terminei o meu casamento. Disse que me apaixonei pelo David? O que eu queria dizer era que saí do meu casamento e mergulhei nos braços do David exactamente da mesma maneira como nos desenhos humorísticos um artista de circo mergulha de uma plataforma alta directamente num pequeno balde de água, desaparecendo completamente. Agarrei-me ao David para fugir do casamento como se ele fosse o último helicóptero a sair de Saigão. Depositei nele todas as esperanças de salvação e felicidade. E sim, é verdade que o amava. Mas se conseguisse pensar numa palavra mais forte do que desesperadamente para descrever a forma como o amava, usá-la-ia aqui, e o amor desesperado é sempre a forma mais penosa de amar.
Assim que deixei o meu marido, fui logo viver com o David. Ele era e é um belo homem. Natural de Nova Iorque, actor e escritor, com aqueles enormes olhos castanhos e húmidos, que sempre me perturbaram. Expedito, indepentende, vegetariano, desbocado, espiritual, sedutor. O defesa novato e atraente eleito por Deus. Maior do que a vida. Maior do que o grande. Ou pelo menos, era assim que eu o via. A primeira vez que a minha amiga Susan me ouviu falar dele, viu num relance febre que se apoderava do meu rosto e disse:
- Oh meu Deus querida, estás metida em apuros!
No amor desesperado é sempre assim não é? No amor desesperado, inventamos sempre a maneira de ser dos nossos parceiros, exigindo que sejam aquilo que precisamos e sentindo-nos depois desolados quando eles se recusam a representar o papel que lhes destinámos.
Mas a verdade é que passámos bons momentos juntos durante aqueles primeiros meses em que ele ainda era o meu herói romântico e eu a personificação do seu sonho. Havia excitação e compatibilidade a rodos, ao ponto de inventarmos a nossa própria linguagem. Faziámos viagens reais e imaginárias. Subíamos ao topo de umas coisas, nadávamos até ao fundo de outras, planeávamos as viagens que faríamos pelo mundo fora. Divertiamo-nos mais enquanto estávamos na fila da Direcção Geral de Viação do que a maioria dos casais em plena lua-de-mel. Traçámos objectivos, fizemos votos, promessas e jantámos juntos. Ele lia-me livros e lavava a minha roupa. (A primeira vez que isto aconteceu, telefonei à Susan para lhe contar aquela maravilha, como se tivesse acabado de ver um camelo a usar uma cabina telefónica. Disse-lhe "Um homem pôs a minha roupa a lavar! E até lavou à mão a roupa delicada!" e ela repetiu "Oh meu deus querida, estás mesmo em apuros!").
O meu primeiro verão com o David parecia uma montagem das cenas apaixonadas de todos os filmes românticos, desde o salpicar da rebentação do mar à corrida de mãos dadas pelas planícies douradas ao pôr do sol. Nessa altura ainda pensava que o meu divórcio podia correr bem, embora tivesse concedido uma trégua ao meu marido durante o verão para termos ambos tempo para arrefecer os ânimos. De qualquer forma, era muito fácil não pensar naquela perda no meio de uma felicidade tão grande. Depois, aquele verão (também conhecido por adiamento da realidade) terminou.
A 9 de Setembro de 2001, encontrei-me frente a frente com o meu marido pela última vez, não percebendo que quaisquer futuros encontros precisariam de ser mediados por advogados. Jantámos num restaurante e eu tentei falar sobre a nossa separação, mas não fizemos outra coisa senão discutir. Ele disse-me que eu era uma mentirosa e uma traidora, que me odiava e que nunca mais me dirigiria a palavra. Duas manhãs depois, acordei após uma noite de sono agitado para descobrir que aviões sequestrados por piratas do ar tinham enbatido nos dois edíficios mais altos da minha cidade, ao mesmo tempo que tudo aquilo que outrora fora considerado invencível estava agora transformado numa avalancha de escombros. Telefonei ao meu marido para me certificar que ele estava bem e chorámos juntos aquele desastre, mas não voltei para ele. Durante essa semana, quando toda a gente da cidade de Nova Iorque punha de lado a animosidade em defesa por tão grande tragédia, ainda assim, não voltei para o meu marido. Foi dessa forma que soubemos que estava tudo definitivamente acabado entre nós.
Não é um grande exagero da minha parte se vos disser que não dormi nos quatro meses seguintes.
Pensava que já antes tinha ficado desfeita, mas nesse momento (em sintonia com o aparente colapso do mundo inteiro) a minha vida desmoronou por completo. Estremeço ao pensar naquilo que fiz o David passar durante os meses em que vivemos juntos, logo a seguir ao 11 de Setembro e à minha separação. Imaginem a sua surpresa ao descobrir que a mulher mais feliz e confiante que alguma vez conhecera não passava afinal de um poço de dor insondável. Mais uma vez, não conseguia parar de chorar. Foi nesta altura que ele começou a recuar, e também foi aí que vi o outro lado do meu herói romântico: um David solitário como um náufrago, frio e que precisava de mais espaço do que uma manada de bisontes americanos.
Provavelmente este súbito retrocesso emocional de David teria sido uma catástrofe para mim, mesmo nas melhores circunstancias, já que eu sou a forma de vida mais afectuosa do planeta (uma espécie de cruzamento entre um golden retriever e um ganso selvagem), mas aquelas eram as piores circunstancias. Estava abatida e dependente , a precisar de mais cuidados do que trigémeos prematuros. O seu afastamento só contribuiu para me deixar mais carente, e este meu estado só fazia com que ele se afastasse ainda mais. Não passou muito tempo até que ele o fizesse sob o fogo cerrado dos meus apelos chorosos: "Onde vais? O que nos aconteceu?!"
(Dica amorosa: os homens ADORAM isto.)
A verdade é que me tinha viciado no David (em minha defesa, devo dizer que ele tinha fomentado isso, sendo uma espécie de homem fatal), e agora que a sua atenção começava a vacilar, estava a sofrer as previsíveis consequências. O vício é característico de todas as paixões. Começa sempre quando o objecto de adoração nos administra uma dose de alucinogénia de algo que nem sequer nos atrevíamos a admitir que queriamos, por exemplo, uma dose de amor tempestuoso e excitação ruidosa. Em breve, começamos a ansiar pela atenção intensa, com a ávida obcessão de qualquer drogado. Quando a droga é cortada, ficamos imediatamente nauseados, loucos e vazios (para não falar no rancor contra o traficante que encorajou aquele vício, mas que agora se recusa a fornecer o material, apesar de sabermos que ele o tem escondido algures porque costumava dá-lo de graça). A fase seguinte encontra-nos escanzelados e trémulos numa esquina, com a única certeza de que venderiamos a alma ou assaltaríamos os vizinhos só para ter aquela coisa mais uma vez. Entretanto, o objecto da nossa adoração sente agora repulsa por nós. Olha-nos como se fossemos alguém que nunca tivesse visto antes, muito menos alguém que tivesse amado outrora com grande paixão. O que é irónico é que é dificil censurá-lo por isso. Basta olharmos para nós e ver aquilo em que nos tornámos, uns seres patéticos que até nós próprios temos dificuldade em reconhecer.
É isso mesmo. Chegámos agora ao último destino da paixão: a inexorável perda da auto-estima.
O facto de hoje conseguir escrever calmamente sobre isto é a prova de que o tempo tudo cura, pois na altura não consegui aceitar tão bem as coisas. Perder o David logo depois de ter posto fim ao meu casamento e logo depois do terror que assolara a minha cidade e precisamente no periodo negro do divórcio, bem...era demasiado para mim.
Eu e o David contiuámos a ter momentos de grande divertimento e compatibilidade durante o dia, mas à noite, na cama, tornei-me na única sobrevivente de um Inverno nuclear enquanto ele se afastava visivelmentede mim, um pouco mais cada dia, como se fosse portadora de uma doença infecciosa. Acabei por recear a noite como se fosse a cave de um algoz. Deitava-me ao lado do belo corpo adormecido e inacessível de David e entrava numa espiral de pânico de solidão, cheia de pensamentos suicidas meticulosamente pormenorizados. Doía-me o corpo todo. Sentia-me como uma espécie de máquina com molas, suportando uma tensão muito superior à projectada, prestes a explodir e a pôr em risco quem estivesse ali por perto. Imaginava as partes do meu corpo a saltarem do meu tronco, na tentativa de escaparem ao vulcão da infelicidade em que me tornara. Quase todas as manhãs, ao acordar, o David dava comigo a dormir no chão, ao lado da cama, aninhada num monte de toalhas turcas, como um cão.
"O que foi agora?, perguntava ele. Mais um homem que eu conseguira deixar totalmente esgotado.

Oh, mas nem tudo foi mau durante esse tempo...
Como Deus não nos bate com uma porta na cara sem primeiro abrir uma janela, aconteceram-me algumas coisas maravilhosas à sombra de toda essa mágoa. Por um lado, comecei finalmente a aprender italiano. Além disso conheci uma guru indiana. Por fim, fui convidada por um velho curandeiro a ir viver com ele na Indonésia.
Passo a explicar por ordem durante este livro...
As coisas começaram a melhorar um pouco quando saí de casa do David, no início de 2002, e me mudei pela primeira vez na vida para um apartamento MEU. Pintei as paredes com as cores mais quentes que consegui encontrar e comprava flores todas as semanas, como se fosse visitar-me a mim própria ao hospital. A minha irmã ofereceu-me uma botija de água quente para a casa nova (para não de ficar sozinha numa cama fria) e eu dormir com aquilo encostado ao coração todas as noites, como quem cuida de uma lesão desportiva.
O David e eu tinhamos rompido definitivamente. Ou talvez não. É dificil lembrar-me agora do número de vezes que rompemos e voltámos a juntar-nos ao longo desses meses. Mas havia um padrão: eu separava-me do David, recuperava a força e a confiança, e depois (atraído como sempre pela minha força e confiança) a sua paixão por mim reacendia. De forma respeitosa, sóbria e inteligente, discutiamos a possibilidade de tentar novamente, sempre com algum plano para minimizar as nossas aparentes incompatibilidades. Estávamos tão empenhados em resolver as coisas... Como é que duas pessoas tão apaixonadas podiam deixar de ter um final feliz? Tinha de funcionar . De novo reunidos e esperançosos, partilhávamos alguns dias de uma felicidade delirante. Às vezes até mesmo semanas. Mas o David acabava por recuar uma vez mais e eu prendia-o (ou eu prendia-o e ele recuava - nunca percebemos como se desencadeava a situação) e eu acabava novamente destruída. E ele acabava por ir embora.
Mas durante os períodos em que estávamos separados, lá ia praticando a arte de viver sozinha, por mais difícil que fosse. E esta experiência estava a operar uma mudança interior. Começava a sentir que, embora a minha vida continuasse a parecer-se com um choque em cadeia durante a hora de ponta, estava à beira de me tornar independente. Quando não me sentia suicida em relação ao meu divórcio, ou suicida em relação ao drama com o David, ficava maravilhada com todos os compartimentos de tempo e espaço que iam aparecendo nos meus dias, durante os quais podia fazer a mim mesma esta pergunta radicalmente nova: O que queres fazer Liz? "

Elizabeth Gilbert in "Comer, Orar, Amar - As aventuras de uma mulher à procura de tudo em Itália, na Índia e na Indonésia"

Para todos nós que já vivemos tempos de grandes mudanças na vida, para todos nós que já sofremos por um grande amor (ou paixão), para todos nós que já sentimos cá dentro o desconforto de nem de nós próprios gostarmos bem, de nem mais nos reconhecermos...
E para todos nós que saímos dessa tristeza, superámos, lutámos, viemos a cima e continuámos um caminho mais fortes e mais inteiros.

(Música para este post, uma música de agradecimento a tudo na vida... Porque tudo faz parte, porque tudo nos ajuda a chegar um passo mais à frente em conhecimento, em encontrarmos o nosso verdadeiro Eu: http://www.youtube.com/watch?v=OOgpT5rEKIU )

segunda-feira, 21 de junho de 2010

The truthest Thing i've felt lately =)



=) Imaginar e Acreditar...
E desta forma conseguirás alcanção tão mais!
Meteres a tua imaginação a funcionar, pensares em algo totalmente diferente e descabido, começares a criar e acreditares com toda a tua força que terás sucesso.

Seres uma pessoa Empreendedora =)
Imagine + Believe ...
Gosto =)

quarta-feira, 16 de junho de 2010

(Musica para este post: http://www.youtube.com/watch?v=CwEeGeLn1E4 )

Neste momento tenho uma caixa de texto em branco... (engraçado, já não é folha em branco mas sim caixa de texto em branco!). Quero escrever sobre 3 ou 4 assuntos diferentes.
Posso optar por escrever sobre aquilo que estou a sentir mais na pele, aquilo que me anda a fazer sofrer tanto ultimamente, aquilo que me anda a consumir e que preciso de mandar cá para fora. Mas seria apenas mais um post sobre essa dor, mais uma seca para vocês que me lêem, mais umas palavras gastas do meu coração que não me levarão a lado algum... Mas que de uma certa forma quero mandar para fora, para não as guardar sozinha cá dentro.
Tenho saudades do dia em que cheguei à India. Após uma viagem de avião longa (e para mim, assustadora) meti-me numa camioneta durante 5 horas a caminho da cidade onde ia passar 2 meses da minha vida. Onde ia pela primeira vez sentir o que é viver longe dos laços que sempre me foram tão importantes...que na realidade sempre me apertaram tanto e demasiado.
Tenho saudades desse dia porque nesse dia estava inteira. Amava e era amada inteiramente, estava como que uma espada na não pronta para o grande combate da minha vida, o grande teste. E no final, venci. Saí gloriosa daqueles dois meses... E aprendi tanto.
Já alguma vez tiveram pena de alguém? Aquele sentimento terrivel de olharem para alguem e verem que realmente aquela pessoa anda meia desiquilibrada, quase sentirem vergonha por ela,quase se sentirem mal da vossa vida até vos correr bem e a dela não, terem quase a certeza que dificilmente aquela pessoa alguma vez na vida voltará a encontrar o seu caminho real?
Eu ja senti isto por algumas pessoas. Já olhei para algumas pessoas à minha volta e senti esta pena. E posso-vos dizer que foi das piores coisas que já senti até hoje.
Pois hoje, agora, sinto ainda pior que isso... E está a ser definitivamente o PIOR sentimento que já tive até hoje: é que sinto que as pessoas à minha volta me olham dessa forma... Têm pena de mim. Uma pena quase sem solução.
Tenho-me tornado em alguem triste... Alguém que se perdeu... Alguém que deixou de ter a espada na mão para lutar e está cada vez mais a perder as próprias mãos para lutar... Ou será que isto é o que a tristeza momentânea me está a fazer sentir? Ou será que sou eu que tenho pena de mim e desta forma estou a passá-lo aos outros?
Não sei. Mas sabe e sente mal.
Acho que esta nova vida que estou a iniciar agora já me está a cansar...e ainda mal começou.
Pensando melhor, até gostava da minha vida passada... Tinha um pai que apesar de muito complicado, já fazia parte do meu dia a dia. Me tornava mais forte por me fazer defender quase diariamente dele. Tinha um namorado que me amava pelo que eu era...Ou talvez nunca tenha amado assim tanto, mas ao menos pareciamos felizes. Tinha um quarto desarrumado mas cheio de memórias... tinha uma mão cheia de força e esperança, tinha um carro partido aos bocados mas com história. Tinha uma conta no banco sem praticamente nada... mas que me desafiava. Tinha um peso maior por um lado... Mas um tão menor por outro. Já tinha aprendido a viver naquela vida.
Esta nova vida assusta-me... esta mudança. Que mudança tão grande... Julgo estar a ser a maior mudança na minha vida até hoje. Pai já não existe, e com ele foi também um grande problema mas também o meu maior adversário que acabava indirectamente por me tornar mais forte; namorado foi embora... deixando no ar palavras de amor mas também palavras de total indiferença e desrespeito; o carro foi para a sucata...destruido em mil bocados; o quarto tornou-se de repente num arém...branco, lindo de morrer, cheio de Paz... Uma conta no banco bem redonda, e os meus fins de tarde tristes no mestrado foram substituidas por tardes de meditação junto de pessoas especiais que tenho vindo a conhecer.
Tanta coisa mudou... E ainda não estou nada confortável neste mundo. Sinto-me com um pé atrás e outro à frente. Se querem que vos seja sincera, voltava hoje para trás sem pensar duas vezes. Na verdade, até era feliz.
Olho para este nova vida e identifico que de facto... até conseguia ser feliz aqui... Mas falta-me 1 coisa. O Amor. Sinto que dificilmente voltarei a amar como amei antes... E isso a mim transtorna-me.
Dizem que deverei agora amar-me a mim, encontrar-me a mim... Mas sabem... Apesar de querer muito também aprender a amar-me também a mim, percebi nos últimos dois anos que existem amores que valem por tudo o resto. Existem amores que fazem de tudo mais bonito, que fazem tudo, o bem e o mal, valer mais a pena. Quando temos do nosso lado um companheiro, um amigo, um verdadeiro amor com quem amamos adormecer e acordar... Tudo é absolutamente perfeito. Tudo faz muito mais sentido. Queria ter trazido o Amor comigo da vida passada para esta vida.... Mas compreendo que isso seria impossivel. Compreendo que tive que por um ponto final no capítulo passado para iniciar um novo capítulo... E quem sabe esse amor não volte, e não possamos terminar esta história juntos.
Pouco me importa o que digam, a pena que sintam, que pensem que "Ela está mesmo perdida...". Não estou. Sinto é pena de vocês, que provelmente nunca amarão como eu amei. Como eu amo.

Estou cansada deste post....
Ansiosa por me sentir feliz outravez.

O meu conceito de uma pessoa equilibrada com uma vida feliz


segunda-feira, 14 de junho de 2010

Aquilo a que chamamos de "Solidão"

Música para este Post ( http://www.youtube.com/watch?v=nL49yZNE4yk )

Solidão tem sido ficar fechada dentro de mim mesma relativamente àquilo que está a significar para mim Perder-Te.
Tem sido saber que já quase ninguém em meu torno quer ouvir falar de Ti, que já se cansaram de ti, do quão me magoaste, da dor que agora me fazes sentir... Saber que sou a Única no meu lado do Mundo que ainda te ama da mesma forma.
Solidão tem sido adormecer contigo mas sem ti, acordar ainda mais contigo... mas saber que não estás aquí. Tem sido não conseguir chorar sozinha à noite porque supostamente já não faz sentido, porque supostamente já não vale a pena, porque dessa lado do Mundo as minhas lágrimas já não são merecidas, porque chorar por quem não me ama mais não é "suposto".

Solidão tem sido ter palavras guardadas, querer repetir o teu nome vezes sem parar, querer chamar-te, mostrar-te, partilhar contigo... E estares já desse outro lado do Mundo, inalcançável, já lá a frente...
Solidão tem sido nao ter fôlego para correr mais até ti. Tem sido sentir-me presa por cordas que me sufocam...

E o único conforto no meio de tudo isto, de todas as palavras, de todos aqueles que me têm amigavelmente dito que o caminho está para a frente... É saber o que vivemos. E saber que é impossível tudo aquilo se apagar assim... É saber que desse lado do Mundo, esse Amor ainda existe. Ainda que tudo em torno me diga que não.

Ainda te Amo*

terça-feira, 8 de junho de 2010

Amor Infinito





Conclusão a que tenho chegado: o tempo na realidade não muda grande coisa, quem muda somos nós. Nós, com forças que pensávamos já nem ter, com esperança que julgávamos ter desaparecido, ultrapassamos as mais diversas fases, boas e más.


E será que a vida não é apenas um aglomerado de situações diversas que vamos vivendo, dando tanta importância (às vezes desnecessária) às coisas, pensando que vai ser o acontecimento da nossa vida... E depois tudo passa. Tudo vai passando, vão vindo coisas novas que depois passam tambem.


O que procuramos então? Esta pergunta tem-se repetido constantemente na minha cabeça nos últimos tempos: o que estamos nós à procura, afinal?


Houveram dias nestes últimos meses em que a minha esperança pela vida se foi verdadeiramente abaixo... Penso até que essa esperança ainda não está totalmente de volta. Nem sei se voltará a estar durante os próximos tempos. Porque quando nos deparamos com algumas realidades, quando sentimos algumas dores tão intensas, decepcionamo-nos um pouco com a vida, com o sentido de estarmos aqui.


Dei por mim a reflectir sobre coisas que me magoavam tanto...cheguei a conclusões que retiraram totalmente a esperança que um ser humano pode ter em estar vivo... Como por exemplo: já pararam para olhar à vossa volta e repararem que tudo está feito para ajudar o humano a passar o tempo durante a sua passagem por este Mundo? A verdade é que estar vivo é quase a mesma coisa que um Domingo à tarde. O que fazemos? Ocupamos tempo. Por isso existe o cinema, a praia, os computadores, os jogos, os carros, os aviões, os desportos, a televisão, as pessoas que estão enfiadas num monitor na nossa sala para nos entreterem com séries de vidas idealizadas, sonhos inalcançáveis...


Será que estou a ser pessimista?


Será esta a verdadeira Eu? Não. Não é. Sou a "Eu" nova, após uma grande batalha do meu coração...Após ter amado tão verdadeiramente e ter-me saído tão frustradamente de umas mãos que estavam dadas e se romperam de repente.


A outra Eu, a Eu que ainda está viva, que ainda acredita num futuro melhor, vê o Amor como a solução para a verdadeira felicidade. Julgo ser no Amor partilhado que encontramos a pura felicidade. Julgo verdadeiramente que é para Amar que estamos neste planeta... E Amando, Amando-nos a nós próprios, Amando o outro, partilhando as nossas mãos entre todos e com todos chegámos à felicidade absoluta. Cinemas, barcos, carros, férias, viagens... tudo isso pouco importa se não for feito com Amor. Com um objectivo final de partilhar e criar amor em nós.


O Amor entre duas pessoas pode ser tão autênticamente a razão de uma vida.


Não julgo que fomos feitos para vivermos enquanto Independentes. Mas sim enquanto Pares.


Duas pessoas fazem mais que uma... Se ambas "baterem as palmas"... Como me diz um grande amigo "Uma mão nao bate palmas sozinha".


Amem, deixem-se entregar... Não tenham medo de se entregarem ao amor infinito. Parem um segundo, fechem os olhos, esqueçam todos os sons à vossa volta e sintam apenas aquele sítio no vosso cérebro que está em Paz profunda, em silêncio profundo. Entreguem-se a esse sítio e sintam o amor que lá está. Esqueçam a vossa maldade, o que têm feito de bom e de mau ultimamente, esqueçam as palavras, os sentimentos... afastem da vossa mente esses pensamentos que surgem de repente... Deixem-lhes passar... Digam-lhes que agora não têm mais alimento para lhes dar. Alimentem-se a vós e sintam o Amor infinito que existe em vós. Esse amor... Isso que estão a sentir, é a razão pela qual estamos nesta vida.


Não estamos aqui para ficarmos mais ricos a não ser que seja para partilhar essa riqueza (interior e exterior) com quem está sentado ao nosso lado, ou com quem está sentado do outro lado do Mundo. Cabe-nos a nós levatarmo-nos e fazermos algo mais por nós e por quem trazemos conosco: uma humanidade inteira.


Amor... O amor que sentimos pelo nosso parceiro é apenas uma pequena amostra daquilo que podemos dar, do que podemos ser. Amem-se...entendam-se...beijem-se, abraçem-se, falem do mal e decidam como viverão finalmente e apenas no bem. Desistir? Nunca.




Nunca desistam de um Amor que por momentos vos preencheu mais que qualquer outro momento até hoje na vossa vida. Desse Amor, não desistam.


E desse Amor a dois, transportem com as vossas mãos para as mãos de tanta gente que precisa também de viver e compreender esse amor... que precisa do vosso Amor, e que poderá aprender tanto convosco.




Amor Infinito.



Fotografia directamente da minha sala...

domingo, 6 de junho de 2010

Conhecido Desconhecido




Obrigada desconhecido.
Obrigada a ti... desconhecido, já conhecido. Desconhecido Conhecido que me apareceste à frente tão de repente mas que já conseguiste, quase sem palavras directas, meter-me a sonhar, voltar a ganhar esperança no meio do escuro em que estava a minha mente.
Chegaste a mim com essa luz...essa leveza de espírito, essa vontade de te entregares ao Mundo, de fazeres deste chão um chão mais seguro...
Nos teus olhos encontrei alguma parte de mim... Uma parte perdida, uma parte que se foi embora... Uma parte que amo. Que amo em mim, que já amei em alguém e que de repente me dá vontade de amar em ti...
Doi já não acreditar que um Amor ou uma Paixão poderá vir até mim em breve, mas alivia-me ver-te, olhar para ti e perceber que isso até pode ser uma possibilidade.
Não te conheço, não sei quem és, apenas conheço esse ténue sorriso... esses olhos reconfortantes, essas mãos seguras. Esse teu jeito, essa alegria contagiante que trazes contigo escondida por detrás de uma cortina ofuscada mas que fazes questão de partilhar à minima palavra…
Estás-me a fazer sonhar desconhecido… Estás-me a fazer pensar em ti ainda que nem te conheça.
Sinto que as nossas almas já se cruzaram em outros tempos… E esse olhar doce que cruzas com o meu, faz-me sentir completamente rendida e entregue à tua segurança, áquilo que me fazes sentir. Fazes-me sentir bem.
Quero-te mais perto… Quero chegar até ti…
Quero que me pegues na mão e me leves contigo para os teus lugares escondidos, para esse outro lado do Mundo onde te encontras e dás o teu calor a quem precisa, quero partilhar esse calor contigo, deixar-te abraçar-me, cuidar-me…
Com uma página branca diante dos meus olhos, encontro o teu rosto… Esperando que o meu caminho seja por aí. Pelo Teu caminho.
Não te conheço…Mas desejo-te… Que bom ter-te encontrado.
Viajante do Mundo, entranhaste-me a alma com apenas um olhar...